Preconceito e discriminação no contexto educacional: uma triste realidade

5306 palavras 22 páginas
Preconceito e discriminação no contexto educacional: uma triste realidade

Inácia Maria Rodrigues do Nascimento1

Introdução
Com o fim da escravidão, o ‘negro’ 2 foi abandonado à própria sorte, sem ter capital social3, ou econômico, passou a vagar pelas cidades. A tão sonhada abolição trouxe o desemprego; o ‘negro’, aprendia que precisava contar apenas com sua força de trabalho para sobreviver, e sustentar sua família, o antigo senhor, não aceitava sua condição de liberto, continuava a tratá-lo como escravo, o que gerava o abandono das fazendas e a procura por novos empregos.
A imigração europeia fez com que o ‘negro’, perdesse o privilégio de ser a mão-de-obra exclusiva, gerando uma concorrência desleal, atividades que antes eles desenvolviam como: o trabalho nas fazendas, o artesanato urbano, comércio de miudezas e de serviços, passaram a ser disputadas pelos ‘estrangeiros’ 4, ficou assim ainda mais difícil sua ascensão econômica.
Enquanto o ‘negro’ não conseguia ascensão nem econômica nem social, vivia a margem da sociedade, em uma situação de inferioridade, onde muitos morriam de fome, sem ter onde morar. O homem ‘branco’ da camada dominante progredia e melhorava sua situação econômica, aumentando seu prestigio e poder; até o imigrante estrangeiro conseguia conquistar riquezas e prestigio social, só para o ‘negro’ que as oportunidades de progredir nunca se efetivaram.
Segundo Elias (2000, p. 22) a exclusão e a estigmatização dos outsiders pelo grupo estabelecido eram armas poderosas para que esse último preservasse sua identidade e afirmasse sua superioridade, mantendo os outros firmemente em seu lugar.
No Brasil determinar a cor de uma pessoa é difícil, o status social faz com que uma pessoa embranqueça ou não, na auto atribuição de cor; muitas vezes as pessoas se classificam mais claras do que são, se utilizam da sua cor de acordo com o interesse momentâneo, se tiver um status elevado ao invés de se denominar ‘negro’ usará a denominação morena.

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