Pre-Ditadura No início dos anos 60, o Brasil enfrentava profunda deterioração institucional decorrente da renúncia do presidente Jânio Quadros, da tentativa de golpe contra a posse de seu vice, João Goulart, e da imposição do Parlamentarismo. Paralelamente, intensificava-se um quadro de crise econômico-financeiro que o Plano Trienal não conseguiria reverter. Com um perfil nacionalista e uma crescente aproximação dos setores populares (UNE, sindicatos, PTB, associações de sargentos, de marinheiros, etc.), a administração Goulart propôs medidas que desagradaram aos setores dominantes, como a regulamentação do Estatuto do Trabalhador Rural, as campanhas de alfabetização, a criação da Comissão de Defesa da Economia Popular e, principalmente, as Reformas de Base (estrutura administrativa, bancária, fiscal e agrária). Principalmente a Reforma Agrária, forte reivindicação das Ligas Camponesas. Os EUA, temendo que a experiência da revolução Cubana se espalhasse pelo Brasil, passaram a financiar, através da CIA e das empresas multinacionais, os setores descontentes. A regulamentação da Lei de Remessa de Lucros, limitando a saída dos ganhos das multinacionais que atuavam no Brasil, aprofundou a crise. Acusando o governo de atacar a propriedade privada e de instalar o comunismo, a direita passou a conspirar abertamente. A UDN, o PSD, parte dos congressistas, as cúpulas militar e da Igreja Católica, os latifundiários e importantes setores da classe média organizaram-se através do Instituto de Pesquisas e Estudos Sociais - IPES - e do Instituto Brasileiro de Ação Democrática - IBAD -, que coordenaram a campanha de sabotagem política e ideológica. Comícios e passeatas foram organizados por ambos os lados. No 13 de março, no Comício da Central do Brasil, Goulart anunciou as Reformas de Base e assinou um decreto de nacionalização do refino de petróleo. No 19 de março, a Igreja católica e organizações empresariais responderam com a Marcha da Família com Deus pela Liberdade.