PRADO JR
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POVOAMENTO
As
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ESTATISTICAS demognificas que possuimos da col6nia sao extremamente escassas. Nao havia coleta regular e sistematica de dados, e faziam-se levantamentos apenas para dois fins especificos e restritos: um eclesUlstico, outro militar. Os parocos organizavam listas paroquiais que se destinavam a recensear os fi€is sujeitos a desobri~a pascal, e que serviam tambem para a divisao e forma<;ao ctas par6quias. A outra fonte de dados que possuimos e dos coletados para fins do recrutamento militar. Ambos processos tem, para nosso objetivo, urn grave defeito: a sua finalidade e .restrita, e interessam-se por isso apenas por determinadas categorias da popula9ao. 0 primeiro, s6 as pessoas sujeitas ao preceito pascal, isto e, aos maiores de sete anos. 0 outro, aos homens capazes de pegar em armas. Nos dois casos tambem, a sonega<;ao tern fortes estimulos, e por isso
OS levantamentos sao eivados de grandes falhas. Ouanto as listas paroquiais, a relutancia dos fieis diante de uma obriga<;ao oncrosa - pagava-se entao a "desobriga" -, hem como o interesse dos parocos, temerosos do desmembramento de suas par6quias e procurando por isso dissimular as autoridades superiores 0 numero exato de fieis. No caso das listas para o recrutamento, a relutfmcia em se apresentar e 6bvia.
Acresce a tudo isto o geral desleixo e relaxamento da administra<;ao publica, tanto civil quanto eclesiastica. Parece que s6 muito tarde, ja pelos Ultimos anos do sec. XVIII, a metr6pole cogitou da organiza9ao de cstatisticas gerais e sistematicas. Tiveram tal objetivo, segundo as aparencias, as instru96es dadas em 1797 ao governador da Para!ba, Fernando Delgado de Castilho, cujo texto possuimos, e que teriam sido 0 padrao de uma circular sobre 0 ass':lnto, enviada na mesma ocasilio a todos os govemadores da coloma (1.) Solicita ai o governo central dados estatfsticos de natureza varia e que deveriam ser coli<ridos anualmente: movimento d~mogra.fico (nascimentos, Casamento~ 6bitos),