Poética do improviso
Prof. Geovani de Oliveira Tavares
O objeto historicamente elaborado para a Sociologia como campo do conhecimento é a desnaturalização do cotidiano. Antes de entrar na fundamentação teórica desse campo do conhecimento, pretendo desenhar claramente quais as finalidades práticas dos estudos sociológicos.
Os fundadores da sociologia tinham como um dos objetivos de seus estudos, apontar um “outro olhar” sobre realidades comuns. Fenômenos que ocorriam nas sociedades e que muitos nem se preocupavam em discutir suas causas e consequências, passaram a ser objetos de estudo. Nesse período, a maiorias das explicações eram restritas ao “metafísico”, ou seja, a religião tinha a resposta dogmática, inquestionável para todos os fenômenos naturais e sociais. Até as penas brutais eram atribuídas a Deus, com o objetivo da purificação da alma do torturado. (Vigiar e Punir - História da Violência nas Prisões. Autor: Foucault, Michel Foucault)
O poder absoluto dos governantes também era atribuído a Deus. Ressalto que até hoje somos levados a explicações desse tipo, alguns até justificam a corrupção na política como algo natural e parte da nossa cultura, afirmando que não pode existir outra forma de fazer política. Você concorda?
Nosso exercício inicial nessa disciplina consiste na DESNATURALIZAÇÃO da nossa realidade cotidiana. Cada estudante tem uma família, um campo de relações que define seus hábitos e manias. Decorrente desse comportamento mais introspecto ou mais extrovertido, surgem problemas. Como você poderia classificar esses problemas que ocorreram ao longo de sua existência. Como exemplo de estudos já realizados considerando as relações sociais mais amplas, quando nos referimos aos problemas das organizações estatais, foram catalogados os problemas chamados conjunturais e os problemas estruturais.
A teoria marxista nos ajuda a pensar dessa forma. O que pode ser chamado de problema conjuntural é aquilo que está relacionado a um