Povos Bantos
Banto ou bantu é um termo utilizado para se referir a um tronco linguístico, ou seja, é uma língua que deu origem a diversas outras línguas no centro e sul do continente africano. O termo acabou sendo aproveitado para se referir ao conjunto de 300 a 600 grupos étnicos diferentes que povoam a mesma área.
Os idiomas banto formam uma família de cerca de 1500 línguas diferentes.
Os bantos não constituem toda a população africana nativa ao sul do Saara. Na verdade, acredita-se que a sua maioria tenha vindo dos atuais Nigéria e Camarões, e nos primeiros séculos da era cristã se espalharam por todo o sul da África, quase que substituindo o grupo anteriormente predominante, os khoisan (leia-se coissã) ou bosquímanos, que ainda hoje vivem em pequenos bolsões, desde Angola até Moçambique, passando pela África do Sul.
Ao contrário dos khoisan, caçadores nômades, os bantos já desde o início praticavam a agricultura, caça e a pesca. Além disso, conheciam a metalurgia, o que deu grande vantagem na conquista dos povos vizinhos.
Entre os diversos estados bantos, destacou-se um grande reino, o reino do Congo, que dominava grande parte dos atuais Congo e Angola. Outro importante reino se localizava na região entre Zimbábue e Moçambique. Lá, o povo shona fundou o Império Monomotapa ou Mwenemutapa, sendo que ainda hoje podemos ver as ruínas das imponentes muralhas de sua mais importante cidade, Grande Zimbábue, construída no século XIII.
No século IX, várias cidades bantas estavam ligadas ao comércio do Oceano Índico, comparadas aos mais ricos centros comerciais do mundo, onde se comercializava marfim, ouro, pedras preciosas, ferro, couro e escravos. Os maiores centros eram Mogadíscio (capital da Somália), Quiloa (Tanzânia), Malindi (Quênia) e Sofala