Migrações e dispersão dos povos bantos
O habitat inicial dos mais remotos ancestrais dos atuais povos bantos teria sido o centro do continente africano, entre os atuais Chade e República Centro Africana. De lá teriam se deslocado para a região do lago Chade e médio Benué, na atual Nigéria, onde, tempos depois, teria florescido a civilização Nok.Aí teriam promovido um salto na qualidade de vida local, graças à implantação de técnicas agrícolas e de pastoreio, já que, ferreiros e agricultores que eram, foram, entre os povos negro-africanos, um dos primeiros a dominar a metalurgia do ferro. Contudo, forçados por grandes ondas populacionais vindas do norte, impelidas pela dessecação cada vez mais rápida do Saara, teriam migrado para a região do monte Camerron, a partir da qual, pela primeira vez, se dispersaram. Parte deles teria atravessado a floresta equatorial para instalar-se nas savanas a oeste do lago Tanganica e dessa região teriam, posteriormente, em diferentes ciclos migratórios, seguido em três direções: Atlântico,África austral e África oriental. Essas migrações tiveram como resultado o surgimento de importantes civilizações, como os reinos bantos da bacia do Congo, o império do Monomotapa.
Elikia M’Bokolo nos adverte que “não se devem imaginar hordas humanas precipitando-se sobre territórios vazios ou ocupados por populações ‘primitivas’ que teriam sido submetidas – a dispersão foi visivelmente muito lenta, mobilizando efetivos humanos pouco numerosos e fenômenos de empréstimos e de aculturação recíprocos entre os grupos falando as línguas bantu e as outras”(M’BOKOLO,2009,p.74). O autor adverte ainda que não devemos cair na ‘tentação’ de buscar uma causa única para as migrações, evitar as explicações generalizantes(como das grandes secas), as migrações podem ter tido motivos diversos. Só os estudos etnográficos podem indicar com mais precisão as diversas razões das migrações.
Quanto a formação e dispersão, Elikia diz