POVO TCHOKWE
Os Tshokwe da Lunda constituem um grupo antropológico altamente heterogéneo que “tem de ser considerado o resultado de um tipo de negro fortemente influenciado por um tipo pigmóide” (David, J. H. Santos, 1955, Contribuição para o estudo da antropometria dos indígenas da Lunda e Songo – Subsídios para o estudo da antropologia na Lunda – Publicações Culturais, n°. 25, Companhia de Diamantes). Alguns Tshokwe aproximam-se do tipo etiópico.
Dos povos do sul de Angola, entre o Kwanza e o Lwena (os Lwena, os Lwimbi, os Lutshazi, os Ovimbundu, os Mbwela e os Tshokwe), o tipo Tshokwe puro distingue-se facilmente (Cardoso, F., 1919, Em terras de Moxico – apontamentos de etnografia angolense, Trabalhos da Sociedade Portuguesa de Antropologia e Etnologia): de estatura alta, ou pelo menos, acima da média (1m70); o busto, bem assente sobre as ancas, constitui um cone bem formado, de ombros largos e cintura fina. O rosto longo (ao contrário dos Lwena, que é curto e largo) de faces proeminentes. O nariz é achatado com as narinas pouco largas. Por vezes, o nariz apresenta o osso proeminente de narinas largas, claramente resultado de uma mistura com o etiópico. A pele cor de tijolo, diferente da cor de chocolate dos Lwena e dos Lutshazi, corresponde aos números 28 e 30 na escala de Broca. Os Tshokwe disseram-me que distinguem três tons de pele: castanho escuro, mutu (homem) mula; castanho escuro avermelhado, mutu wa cindu califuka; e castanho claro ou amarelado, mutu