Positivismo no Brasil
Os religiosos, representados por Miguel Lemos e Teixeira Mendes, fundam a primeira Igreja Positivista do Brasil, no Rio de Janeiro. Os heterodoxos, como Luís Pereira Barreto, Alberto Sales e Benjamin Constant aceitaram somente a parte filosófica científica de Augusto Comte.
No Brasil, o positivismo encontrou um grande sucesso entre os meios acadêmicos militares porque não havia no país uma tradição em pesquisa científica. Na época, o país vivia um momento político de afirmação de uma nova burguesia formada por intelectuais, médicos, engenheiros e militares, que lutavam contra a monarquia, a influência do clero e o caráter feudal dos latifúndios (SILVA, 1999).
Muito prestigiado pelos jovens oficiais, Benjamin Constant os conduzirá para o movimento republicano. Esses militares encontraram no positivismo uma justificativa para rechaçar a cultura política imperial, baseada sobre os estudos jurídicos e não sobre as novas ciências naturais e sociais; como também descobriram os instrumentos adequados para formular as exigências de um novo tipo de autoritarismo em defesa dos seus interesses corporativos.
A nossa bandeira, com seu Ordem e Progresso, mostra quanto a doutrina positivista teve aceitação mesmo entre nossos republicanos históricos. (Ao positivismo se deve ainda a reestruturação do ensino, a separação da Igreja do Estado, a liberdade de cultos, a semente da legislação trabalhista.) Deste modo, dominando as consciências das classes privilegiadas, o positivismo irá repercutir intensamente nas escolas, influenciando a mocidade, (p. 68) cuja cultura intelectual era mais literária do que científica. Na época, só os militares, médicos e engenheiros entregavam-se a estudos científicos.
De acordo com Miorim (1998, p.