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RESUMO
O objetivo do artigo é propor um modelo do valor da transação para explicação da vantagem competitiva, resultante de uma conversa multidisciplinar entre Porter e VBR. A conversa tem três participantes: (1) a Economia, com o modelo da competição perfeita, a Organização Industrial, a Nova Economia Institucional, A Teoria do Crescimento da Firma de Penrose, a Teoria Evolucionária da Mudança Econômica e a Teoria do Desenvolvimento Econômico de Schumpeter; (2) a Estratégia, com Porter e a VBR; e (3) o Marketing, com três conceitos da Teoria Funcionalista do Marketing de Wroe Alderson. A Economia permite identificar e descrever os impasses e interseções entre as visões estratégicas. O ponto comum entre os estrategistas localiza-se na Teoria dos Custos de Transação, alterando o foco dos custos para o valor dessas transações. A partir desse ponto em comum, o Marketing se apresenta como ponte na ligação entre os estrategistas, iluminando a vantagem competitiva como um sistema interdependente de criação de valor, que possibilita compatibilização de diversos recursos e atividades, entre diversas unidades sociais, como um mecanismo de governança da transvecção.
1 INTRODUÇÃO
O campo da Administração Estratégica comporta uma gama vasta e heterogênea de estudos, podendo ser encontradas contribuições e interseções com diversas outras disciplinas, tais como Economia, História, Sociologia, Psicologia, Ciências Naturais, Ciências Militares, Estudos Organizacionais e Filosofia. Essa diversidade de backgrounds dos pesquisadores e uma extensa lista de temas, focos, níveis de análise e metodologias refletem um campo de estudos fragmentado, pois podem ser encontradas diferentes escolas de pensamento (MINTZBERG; AHLSTRAND; LAMPEL, 2000) no campo. Em outras palavras, as ligações entre os diferentes estudos e correntes de pensamento são difíceis de ser identificadas e desenvolvidas.