Portugal na conferência de berlim

1. PORTUGAL NO SISTEMA REGIONAL EUROPEU

Portugal era, no início do século XIX, uma monarquia que ainda vivia nas ideias do “Ancien Regime” – O antigo regime monárquico não parlamentarista – sob o comando de Dom João V. Era, até então, considerado uma média potência, um país semi-periférico no Sistema-Mundo da época. A população portuguesa em todos os territórios não deveria ultrapassar os 5 milhões de habitantes.
O fosso tecnológico com os países mais avançados era pequeno e os proventos do Brasil, território em franco desenvolvimento, davam para cobrir todas as deficiências.
Em 1801, a estrutura fora abalada pela Guerra das Laranjas. Napoleão assinou um tratado com Espanha, pelo qual esta declararia guerra a Portugal caso o reino mantivesse o apoio aos britânicos, o que desencadeando a guerra - que fez com que a Espanha tomasse posse da Olivença, detendo-a ilegalmente até os dias atuais. Após a guerra no mesmo ano, iniciam-se as invasões francesas ao continente, causando sérias lesões a Portugal.
A primeira invasão francesa a Portugal (1807-08) foi comandada por Junot partiu de Baiona e entrou em Portugal pela Beira Interior, com a missão de alcançar Lisboa no mais curto espaço de tempo possível. As tropas francesas chegaram a Lisboa a 30 de Novembro de 1807. Era seu objetivo deter a família real e a corte, o que não chegou a acontecer porque D. João tinha já embarcado escoltado por uma esquadra inglesa com destino ao Brasil. Junot saiu derrotado na batalha da Roliça (17 de Agosto de 1808) e na Batalha do Vimeiro (21 de Agosto de 1808), o que levou à sua retirada apressada do território português.
Houve outra invasão em 1810, em que as tropas francesas na Guerra Peninsular novamente fracassaram. O exército napoleónico foi depois obrigado a suster o seu avanço ante as linhas de Torres, acabando por se retirar na Primavera de 1811. Portugal sofreu grandes danos materiais causados pela luta armada e pelos saques franceses: a agricultura e à indústria