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LEITURA RECOMENDADA
Educação = escola: este é o dogma fundamental dos sistemas educativos modernos. Embora seja certo que o papel das instituições escolares é cada vez mais importante em valor absoluto, seu papel relativo, comparado com outros meios educativos e outras formas de comunicação entre gerações, ao invés de crescer tende a diminuir.
Esta identificação da escola com a educação persistirá enquanto não se consolide a idéia de uma educação que impregne o futuro dos indivíduos de forma mais ou menos contínua, ou prolongada, ou a intervalos, ao longo de toda a sua existência, ao mesmo tempo em que aparecerá cada vez mais nítida a imagem da educação como projeto contínuo de toda a sociedade, com suas escolas, mas também com seus meios de produção e de transporte, seus múltiplos modos de comunicação e a massa organizada, diversificada e articulada de seus cidadãos livres.
Outras generalizações sumárias relativas à educação e à escola persistem e se propagam. Diz-se que a educação cimenta a unidade nacional e social; que favorece a mobilidade social; que iguala as oportunidades; que a vida escolar ensina a solidariedade e a cooperação. Sem dúvida, tudo isto é certo em conjunto, porém a realidade não é tão simples, nem tão clara, nem tão livre de equívocos.
Se é verdade que a ação educativa contribuiu poderosamente, em muitos países, para forjar a unidade nacional, também é certo, pelo contrário, que muitos sistemas escolares cultivam mais a divisão pela prática do elitismo, e tendem a aumentar as vantagens das populações urbanas frente às rurais. De igual forma, se muitas vezes é verdade que a escola aparece como o meio para escapar da miséria própria de tantas regiões rurais, ou para fugir da mediocridade social trazida pelo trabalho manual, ou inclusive para elevar-se às camadas privilegiadas, não é menos verdade que também favorece freqüentemente os indivíduos provenientes de ambientes sócioeconômicos privilegiados,