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14 VERSOS; DECASSILABO; SONETO; RELIGIOSO
Pequei, Senhor; mas não porque hei pecado, A QUARTETO
Da vossa alta clemência me despido; B
Antes, quanto mais tenho delinquido, B
Vos tenho a perdoar mais empenhado. A
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Se/ bas/ta a/ vos/ i/rar/ tan/to/ pe/ca/do, A QUARTETO
A a/bran/dar/-vos/ só/be/ja um/ só/ ge/mi/do: B
Que a mesma culpa, que vos há ofendido, B
Vos tem para o perdão lisonjeado. A
Se uma ovelha perdida já cobrada, A TERCETO
Glória tal e prazer tão repentino B
Vos deu, como afirmais na Sacra História: C
Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada, A TERCETO
Cobrai-a; e não queirais, Pastor Divino, B
Perder na vossa ovelha a vossa glória. C
As figuras de linguagem empregadas neste soneto são : Antítese, Metáfora e Paradoxo.
Este soneto é um dos maiores representantes da poesia sacra/religiosa de Gregório de Matos. Segundo a crítica literária, este poema foi inspirado em outros poemas de autoria desconhecida já existentes em língua espanhola. Outra inspiração do poeta foi é a passagem do evangelho de São Lucas, onde Jesus Cristo conta a parábola da ovelha perdida e conclui dizendo que "há grande alegria nos céus quando um pecador se arrepende de seus pecados e dá meia volta".
Nesse soneto, a temática da "culpa" versus "perdão" aparece posta em xeque, pois o poeta utiliza da linguagem para conseguir seu perdão e salvação. Enfrentando o poder divino, o eu-lírico pede para que Deus cobre os pecados cometidos por ele, pois quanto mais pecados ele comete, mais Deus se esforça para perdoa-los. Assim, da mesma forma como o poder divino precisa perdoar, o pecador precisa pecar para poder ser perdoado.
CONTEMPLA NA BORBOLETA EXEMPLOS DO SEU AMOR
14 VERSOS; DECASSILABO; SONETO; LIRICO
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Ó/ tu/ do/ meu /a/mor/ fi/el/ tras/la/do, A