Pororoca: uma onda que não tem mais fim...
Dividimos a nossa aventura com uma equipe da Rede Globo que faria uma cobertura para o Fantástico.
Saímos de Macapá a bordo de um monomotor pilotado pelo comandante João Munguba.
Naquela época não havia pista de pouso na região do Araguari e o jeito foi pousar no campo de uma fazendo de búfalos, o que exigiu muita perícia e coragem do piloto e muita expectativa de nossa parte.
Foram duas viagens para levar toda a equipe. Ambos os pousos foram bem sucedidos. O próximo passo foi uma viagem de barco com a duração prevista de 10 horas até a foz do rio Araguari.
O Araguari é um rio importante da bacia amazônica que, ao contrário de quase todos os outros, tem sua foz no Oceano Atlântico e não no rio Amazonas. Chegou a ser confudido com o rio Oiapoque pelos franceses e gerou um litigio entre o Brasil e a França. Eles alegavam que do Araguari para o norte era território francês. Mas o Barão do Rio Branco ganhou a questão no tribunal de Berna na Suíça e a região, rica em minério voltou a pertencer ao Brasil.
O rio Araguari nasce nas montanhas do Tumucumaque e cruza boa parte do estado do Amapá de leste para oeste. Na foz do rio com o mar é que nasce a Pororoca.
Viajamos de noite, mas logo a chuva intensa e o anuncio de uma pororoca nos obrigou a encostar o barco. Nos alojamos numa grande casa ribeirinha.
Fomos acordados por uma equipe de televisão do Japão que chegou no meio da madrugada. Embora tivessem reservado o local com um ano de antecedência concordaram em dividir com a gente o único abrigo possível naquela noite de chuva intensa.
A equipe era da TV Asahi, comandada pelo diretor David Okomura que fariam um programa com uma hora de duração sobre a pororoca.
Pela