Pornografia digital
Felipe Amorim Travassos
017087
“O Cinema não deve temer a violência e o sexo,
Pois os dois estão no cotidiano de qualquer sociedade”
Stanley Kubrick
Introdução
Ao se deparar com o sexo no campo das artes, tende-se, de imediato ao rótulo que separa o erotismo da pornografia. A etimologia das duas palavras propõe que “Pornografia” (do grego porno –“prostituta” + graphos – “escrita, descrição”) se refere a escritos sobre prostitutas, relatos dos costumes das prostitutas e dos seus clientes; enquanto “Erotismo” remete ao deus grego Eros, o Cupido romano, deus do amor, e do desejo sexual.
Segundo o Dicionário Aurélio, pornografia seria tudo o que se relaciona à devassidão sexual; obscenidade, a licenciosidade; indecência. Ou ainda um caráter imoral de publicações. Enquanto o erotismo seria o caráter do que se refere ao amor sexual.
Pelo senso comum, o erótico seria a exibição do sexo de um modo mais sublime, velado, enquanto a pornografia é o sexo escancarado, sem mascara, explícito. Diferença essa que, como diz a Doutora em filosofia, Eliane Robert Moraes, é puramente moral e não realmente estética.
Há quem divida ainda a pornografia como algo comercial e o erotismo como arte, tese que pode bater de encontro com o senso comum. Eliane Robert Moraes, exemplifica: Bruna Surfistinha, ex-prostituta que escreveu um livro (O Doce Veneno do Escorpião) em que conta a própria história de vida, é bem mais velada que o Marquês de Sade, que é bem mais explícito e escancarado, como no caso de Justine , conto onde o autor, com exagero de sexo, crueldade, devassidão e perversidade, relata a história da jovem Justine, que sofre os mais diversos tipos de desgraças sexuais que uma mulher pode agüentar, embora o Marquês de Sade seja aceito socialmente como arte e a Bruna Surfistinha é visto pela mesma