Por uma nova forma de aprender
A necessidade de se buscar uma escola centrada na aprendizagem e de abandonar o ensino meramente transmissivo
As crianças no Projeto Âncora escolhem temas pelos quais se interessam, e assim a aprendizagem se torna totalmente significativa. O modelo revolucionário da Escola da Ponte, referência mundial em educação, foi a inspiração para o Projeto Âncora – ONG em Cotia, São Paulo, com 17 anos de atuação na área social fundar sua escola de educação básica. Assim como a portuguesa a Escola Projeto Âncora não tem séries, aulas expositivas, provas, turmas, não divide os alunos por idade, e os estudantes desenvolvem pesquisas de acordo com suas afinidades e são orientados por tutores e pedagogos.
Na escola as crianças são colocadas em contato com diferentes atividades: música, esportes, circo, artes, culinária. O aprendizado se dá conforme o interesse dos educandos que assimilam os conteúdos e o compartilham no ambiente escolar.
Diante dessa nova proposta de escola, surgem alguns questionamentos: como se dá a adaptação desse aluno que chega contaminado pelo modelo de escola tradicional? E como as crianças se portam depois, ao sair, em outras escolas e espaços sociais, em um mundo em que nem tudo é democrático, quanto na escola, um mundo competitivo?
Segundo a coordenadora pedagógica Edilene Morikawa o foco inicial foi a atitude, tendo o conteúdo como coadjuvante: “Era necessário mudar o paradigma, as crianças vinham com o modelo que tinham de escola. O desafio era fazer as crianças incorporarem a proposta de liberdade e autonomia, responsabilidade e colaboração. Alguns perguntavam: ‘mais não vai ter prova’? ‘Pode ficar o dia todo no circo’? Houve dificuldades no início”.
Cláudia também coordenadora relata que a maior dificuldade é receber crianças do 4º e 5º ano do ensino fundamental que não sabem ler e escrever: “Os alunos chegam aqui e não dão conta de cumprir o que lhe é proposto, pois eles não têm ainda condições de fazer