POR TRÁS DAS POLTRONAS
(Paulo Martins)
Estamos acostumados a entrar em salas de cinema, aproveitar o filme e a pipoca para depois sair e comentar sobre o filme. O que poucas vezes, ou nunca, pensamos é que por trás do que vimos lá, ou melhor, por trás de nossas cadeiras, há muita coisa acontecendo. Hoje em dia parece muito fácil projetar imagens e sons, tanto que podemos fazer isso em qualquer lugar com um simples aparelho, porém nem sempre foi assim. Falaremos sobre como foi o caminho para que a projeção de cinema chegasse na forma que conhecemos hoje.
Vamos começar pelos irmãos Lumière, que tem a fama pelo seu pioneirismo nessa área. Com inspirações no cinetoscópio de Thomas Edison, aparelho similar que projetava imagens sequenciais para a visualização individual, criaram o cinematógrafo, que captava imagens e projetava numa velocidade de 16 quadros por segundo, era movido a manivela e utilizava negativos perfurados, suas vantagens sobre o cinetoscópio é que poderiam fazer projeções para maiores públicos por conta de sua melhor luminosidade. Em 1895 os irmãos promovem sua primeira sessão cinematográfica em Paris, apresentando o filme “La Sortie des Usines Lumière”. Como o cinematógrafo não foi comercializado, algumas invenções seguindo o mesmo princípio foram feitas e novos tipos de projetores criados, até que em 1896 chega o Omniógrafo no Rio de Janeiro, assim acontecendo a primeira projeção de filmes no Brasil.
Entre os novos projetores criados estava o teatógrafo, criado por Robert William Paul, que fez tanto sucesso, que Thomas Edison, percebendo a concorrência, decidiu lançar o vitascópio, modelo idêntico ao teatógrafo. Esses dois aparelhos foram os mais vendidos na época.
Os modelos mais novos, que surgiram no começo do século XX, começaram a permitir que filmes de longa-metragem fossem exibidos. Nessa época era usado o cinema mudo e em preto e branco, que utilizavam de 16 a 20 quadros por segundo. Com a popularização dos cinemas com áudio,