Por que a valorização do câmbio entre 1995 e 1998 resultou em déficits na balança comercial e a valorização entre 2003 e 2006 permitiu a existência de um considerável superávit?
Oscilação da taxa de câmbio e seus impactos na economia
Quando há uma diferença, positiva ou negativa, entre receita e despesa na balança comercial de um país, esta passa a apresentar um superávit ou um déficit, respectivamente, sobrando ou faltando capital para reinvestir no próprio sistema financeiro. Para melhor entender o resultado das oscilações do câmbio na economia brasileira foi elaborado um cronograma com a evolução da taxa cambial no país:
Entre 1968 – 1994 o Brasil manteve sua taxa de câmbio real constante, o que é chamado de crawling peg. No período entre 1990 e 1994, a taxa de câmbio real estava depreciada, além de juros reais altos, o que era capaz de atrair capital de fora do país e gerar um superávit, mas manteve a inflação doméstica bastante elevada. No final do ciclo o país contava com um superávit de US$ 10,5 bilhões.
Entre 1995 – 1998 o país trocou o câmbio real constante e passou para uma taxa nominal fixa, ou seja, somente a taxa real flutua. No final deste período, o déficit em transações correntes do país era de cerca de US$ 33,5 bilhões de dólares, por conta da apreciação da moeda brasileira ocorrida nos estágios iniciais do plano real.
Entre 1999 – dias atuais, o país adotou taxas de câmbio flutuantes, permitindo que a economia se ajuste à evolução da conjuntura mundial. Ainda no início desse período, o Brasil contou com uma depreciação da moeda e, como consequência contou com uma trajetória mais tranquila graças ao ambiente internacional favorável, que propiciou melhorias consideráveis de financiamento externo. Até 2006, o saldo comercial nacional começou a melhorar significativamente graças às exportações brasileiras. Neste ano, o Brasil contava com um superávit