Economia
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A RELAÇÃO ENTRE A TAXA DE CÂMBIO E A BALANÇA COMERCIAL: UM TESTE EMPÍRICO SOBRE A CURVA J NO COMÉRCIO BILATERAL BRASIL - EUA Salomão Isaac Mendes Prof. Ms. Caio Cícero de Toledo Piza (Orientador) RESUMO O fenômeno da curva-J sugere que uma desvalorização da taxa cambial causará, a curto prazo, um efeito negativo e com o decorrer do tempo haverá uma inversão, determinando um acréscimo no saldo da Balança Comercial. Essa relação final e positiva, realizada a longo prazo, é sugerida pela Condição de Marshall-Lerner. Este trabalho apresenta um estudo empírico sobre essa dinâmica na economia brasileira no período de janeiro de 1990 a janeiro de 2007, quando houve mudanças significativas na taxa de câmbio, principalmente a desvalorização ocorrida em janeiro de 1999, após a alteração do regime cambial. Os dados utilizados referem-se às economias brasileira e americana. A metodologia utilizada foi o modelo econométrico VAR e a função impulso-resposta para medir as relações de curto prazo que determinarão a existência ou não do fenômeno. Os resultados obtidos sustentam a Condição de Marshall-Lerner, apesar de ter-se verificado apenas um pequeno aumento em um curto período, porém, no curto prazo, não houve alteração significativa que possa indicar a existência da curva-J. Palavras-chave: Curva-J, Condição de Marshall-Lerner e Balança Comercial INTRODUÇÃO A economia brasileira no período de 1990 a 2006 foi caracterizada por intensas mudanças tanto no âmbito econômico como no político, de forma que se pode dividi-la em subperíodos. O primeiro deles se refere ao Governo de Fernando Collor de Mello, entre 1990 e 1992, diferenciando-se na área econômica pelas tentativas frustradas de controlar a inflação, problema que acometia o país desde o início dos anos 1980. A mais marcante delas foi o confisco de cerca de 80% dos ativos financeiros com o intuito de diminuir a liquidez da moeda na economia. Durante o governo de Itamar Franco, vice-presidente de Fernando Collor, e