pontuaçao
Na comunicação oral, o falante lança mão de certos recursos da linguagem, como a entoação da voz, os gestos e as expressões faciais para denotar dúvida, hesitação, surpresa, incerteza etc.
Quando se constrói a comunicação por meio da escrita, quem passa a ter essa incumbência é a pontuação. Por isso, tanta gente associa indevidamente o emprego de vírgula a uma pausa da respiração.
Isso não tem sentido. Se assim o fosse, tínhamos de colocar vírgula a cada palavra escrita. Ou você, por acaso, prende a respiração ao escrever uma oração sem vírgulas?
Afinal, qual é a utilidade de colocarmos sinais de pontuação no texto?
Além de estabelecer na escrita aquelas denotações expostas acima, também se digna a eliminar ambigüidades que poderiam surgir em um texto sem pontuação ou a destacar certas palavras, expressões ou frases.
O texto que reproduzimos abaixo, cujo autor desconhecemos, exemplifica bem as funções da pontuação.
“Um homem rico estava muito mal, pediu papel e pena. Escreveu assim:
‘Deixo meus bens à minha irmã não a meu sobrinho jamais será paga a conta do alfaiate nada aos pobres.’
Morreu antes de fazer a pontuação. A quem deixava ele a fortuna?
Eram quatro concorrentes.
1) O sobrinho fez a seguinte pontuação:
‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’
2) A irmã chegou em seguida. Pontuou assim o escrito:
‘Deixo meus bens à minha irmã. Não a meu sobrinho.
Jamais será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’
3) O alfaiate pediu cópia do original. Puxou a brasa para a sardinha dele:
‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho?
Jamais! Será paga a conta do alfaiate. Nada aos pobres.’
4) Chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta pontuação: ‘Deixo meus bens à minha irmã? Não! A meu sobrinho?
Jamais! Será paga a conta do alfaiate? Nada! Aos pobres.’
Assim é a vida. Nós é que colocamos os pontos. E isso faz a diferença.”.
Cabe a nós, redatores, empregar a