Política e ação
Os séculos XIX e XX foram marcados por rupturas sociais fundamentais, principalmente na consolidação da chamada “sociedade industrial”, que antes de ser reconhecida enquanto tal, na verdade, inaugurou um processo vivido através de uma diversidade de transformações sociais por mais de um século, sobretudo e primeiramente na Europa Ocidental e na América do Norte, onde a marca mais forte desta ruptura pôde ser vista na reformulação das instituições sociais e políticas, na urbanização das cidades, nas formas de organização das relações políticas e produtivas, e no aumento da reflexibilidade acerca da vida humana.
Estas rupturas não se deram somente no plano econômico e político mas, preponderantemente no plano da cultura, já que rompiam com dadas formas e hábitos da organização das sociedades e marcavam um novo modo de vida, especialmente nas cidades. Novos hábitos, convenções sociais e formas de agrupamento humano são características que as sociedades industriais propiciaram. Estes rompimentos com as antigas formas de Estado e de organização social permitiram uma forte ascensão de uma burguesia bastante capitalizada pelo movimento industrial e pela expansão dos mercados nacionais, mas também permitiu o reconhecimento de grupos de trabalhadores e camponeses que vinham sendo expulsos de terras e locais de trabalho, bem como de outros grupos sociais que de alguma forma se viram alijados do processo social. Não por outro motivo, o estudo de fenômenos como “massas”, “multidões”, “classes sociais” e “ações coletivas” configurou-se como um lugar expoente no contexto do pensamento das chamadas Ciências Sociais e Humanas, desde os fins do século XIX. Autores como Le Bon (1895), Sighele (1892) e Tarde (1892) são nomes relacionados a estes pensamentos nas Ciências.
O advento destes fenômenos foi novo, já que todas