Política social
Valéria Nagy, em 1.10.2014 (4ª-feira) – 8h36
O mundo vive um momento de grandes transições. O exemplo da História mostra-nos que essas mudanças são cíclicas e naturais; evolução é natural, pois tudo, ao longo do tempo, se transforma. E evoluir é seguir em frente. O autor de Les Miserábles (“Os Miseráveis”, em português), Victor Hugo (1802-1885), já nos lembrava de que “não há nada mais poderoso que uma ideia cujo tempo chegou”.
E o tempo das ideias e pensamentos “novos” sempre chega a seu momento. Neste terceiro milênio, o foco é, sem dúvida, conquistar os reais direitos humanos, a começar pelo respeito e aceitação da diversidade. Diversidade, aliás, que é igualmente natural, todavia foi sufocada, num passado longínquo, por aqueles que impuseram seus poderes e instituíram culturas e crenças nas sociedades. O problema é que essas crenças se perpetuaram até hoje.
Destituir culturas, derrubar o status quo, refazer conceitos, são tarefas – senão a mais – das mais difíceis, pois implica em choques culturais e na demolição de velhas e sólidas crenças que estão encruadas no íntimo de cada um. Para muitos, aceitar a mudança é positivo, mas para a maioria, não é. E mais: é inaceitável. E quem não aceita uma mudança, tende a ir contra ela com “unhas e dentes”. É o que estamos testemunhando (e até vivenciando) nos dias atuais.
Vale lembrar que habitamos um mundo repleto de pessoas de diferentes linhas de pensamento, crenças, religiões, culturas, etnias, ideias, níveis sociais, desejos, objetivos, orientação sexual, política etc. Como conviver equilibradamente com tantas diferenças?
A sociedade brasileira, por exemplo, está em convulsão. Temos visto manifestações de ódio de variados matizes. Isso não significa que os preconceitos aumentaram. Não. Eles sempre estiveram lá. O que ocorre é que esses preconceitos – e tabus – estão sendo quebrados naturalmente e os intolerantes não concordam com o estabelecimento dessas