Política Nacional de Sangue e Hemoderivados
A prática da Hemoterapia no Brasil inicialmente era realizada por cirurgiões ou anestesistas da época, aos poucos se tornou especialidade com a criação dos bancos de sangue, que posteriormente, foram denominados de serviços de hemoterapia, onde apenas os especialistas, hemoterapeutas, realizavam suas atividades (SARAIVA, 2005).
No Brasil, o primeiro relato da hemoterapia surgiu na era "pré-científica", onde foi apresentada uma tese na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, falando sobre a idéia da transfusão de sangue ocorrer entre humanos e não entre animais e humanos, porém a idéia inicialmente foi rejeitada. Depois de algum tempo, descobriram-se os grupos sanguíneos e serviços simples especializados foram surgindo com uma equipe formada pelo médico transfusionista e doadores universais (O), que eram selecionados e examinados de acordo com suas condições de saúde (JUNQUEIRA; ROSENBLIT; HAMERSCHLAK, 2005).
Até a década de 40 surgiram no Brasil alguns serviços especializados na transfusão, tendo destaque o Serviço de Transfusão de Sangue (STS) fundado no Rio de Janeiro, no qual os médicos criadores envolvidos aliaram um enfoque científico à especialidade da transfusão sanguínea, essa inovação foi um sucesso e a partir de então várias filiais desses serviços foram criadas em outros estados. Em 1942 foi fundado o primeiro Banco de Sangue no Brasil no Instituto Fernandes Figueira, no Rio de Janeiro, para atender a demanda da Segunda Guerra Mundial. Nos anos 50, ocorreu o surgimento da Sociedade Brasileira de Hematologia e Hemoterapia (SBHH) que consolidou a formação dessas duas especialidades (JUNQUEIRA; ROSENBLIT; HAMERSCHLAK, 2005).
À época inicial da hemoterapia, a doação de sangue acontecia de forma diferente dos dias atuais, onde os doadores recebiam uma remuneração de acordo com a quantidade de sangue que era doada, contribuindo deste modo para os lucros e o comércio de sangue. (PEREIMA et al, 2009). Como os