Política Externa Brasileira
No que tange as mudanças na politica externa brasileira após o fim da ditadura militar, em 1985, existe um amplo debate com relaçao a quando elas, de fato, começaram se estruturar. Enquanto alguns autores datam a chamada crise de paradigmas na segunda metade da década de 1980, outros afirmam que esta teve início na década de 1990, mais precisamente em meados do governo de Collor de Mello. Assim, o melhor a fazer é procurar explicar suas principais causas.
Ao ruir a base do modelo econômico até então vigente, surgiram sérias interrogações sobre a eficácia dos dois paradigmas que, até então, haviam se alternado para dar sustentação a politica externa: o americanismo e o globalismo. Tal fato decorre de variados acontecimentos, tanto no cenário internacional como no contexto doméstico. No plano internacional, os anos 1980 testemunham o acirramento das mudanças estruturais na economia mundial que haviam começado ainda na década de 1970 com a quebra do padrão-ouro e a adoção de políticas protecionistas pelos países mais desenvolvidos, provocando uma desaceleração do comércio mundial sem precedentes desde o fim da Segunda Guerra Mundial. Além disso, com a evoluçao da tecnologia, houve uma diminuiçao da demanda por materias primas, e consequentemente dos preços desses produtos, e também uma reduçao da competitividade dos países em desenvolvimento, que não acompanharam o processo de transformacao tecnologica. No plano doméstico, a segunda metade da década de 1980 foi um período marcado por altas taxas de inflacao, baixo crescimento do PIB e incremento da dívida externa, até o limite do governo pedir moratória em 1987.
Todos esses fatores culminaram na erosão, a partir da segunda metade do governo Sarney, da estratégia de insercao internacional conhecida como pragmatismo responsável, que vinha desde o governo Geisel. A partir de então, apesar de ter mantido as premissas centrais do globalismo, o governo brasileiro realizou um