Política autónoma
1.O Renascimento Urbano e as origens de uma nova percepção política: a partir do final do século XI, os servos libertos acabam por se instalar nos arredores das cidades, estabelecendo entre si relações diferentes daquelas entre senhores e servos. Compram cartas pelas quais tornam livres as cidades e, diferentemente da antiga relação hierárquica, estabelecem relações entre iguais. Ao ideal do cavaleiro contrapõem-se o ideal burguês do cidadão honesto e trabalhador.
A consequência de tais transformações é o renascimento comercial e urbano. O aparecimento das cidades também contribuiu para o início do processo de laicização da sociedade, expressa na oposição ao poder religioso.
Nesse contexto, inicia-se um processo de mudanças no pensamento político, baseado na superioridade do poder espiritual da Igreja Católica sobre o poder temporal dos duques e barões.
Dante Alighieri (1265-1321), mais conhecido como autor da Divina Comédia, também dedicava-se a escritos políticos. Ele foi autor de A Monarquia, obra na qual defende a eliminação do papel de mediador político do papa e da Igreja Católica. Para ele, Deus nos dotou de livre raciocínio e vontade, nos possibilitando conduzir o Estado perfeitamente. Colocando a autoridade temporal e política independente da autoridade do papa e da Igreja, Dante considera que o governante deve depender diretamente de Deus, ou seja, não necessita da intermediação da Igreja Católica e do alto clero para governar, o que de certa forma prenuncia a doutrina do direito divino dos reis e o fortalecimento da monarquia.
2.Maquiavel e a formação do Estado Nacional: durante a Idade Média, o poder do rei era sempre confrontado com os poderes da Igreja ou da nobreza. As monarquias nacionais surgem com o fortalecimento do poder real, fenômeno este que se desenvolve desde o final do século XIV (Portugal) e durante o século XV (França, Espanha, Inglaterra).
Dessa forma, surge o Estado Moderno, que apresenta