Politicas publica de juventude
Este trabalho teve por objetivo perceber a criação do conceito juventude dentro da esfera federal de governo. Para tanto foi feito um panorama das legislações e das políticas públicas da década de 1960 a 2000 que de alguma forma atingisse o jovem brasileiro.
Percebemos que nos anos 60 e 70, período em que estava vigente o regime militar, o jovem não constituiu uma categoria institucionalmente reconhecida, que ganha voz na cena política misturado ao operariado e ao movimento estudantil. Portanto, não é de se estranhar que uma categoria que pertencia à classe média / alta não encontrasse amparo nas políticas públicas, simplesmente porque, além de não precisar, já que possuía acesso aos meios, era encarada como um segmento potencialmente perigoso, na medida em que surgia como um agente questionador da ordem.
Em meados da década de 70, início da década de 80 muda-se a cena política do país. Com um movimento da sociedade civil melhor organizado e pedindo pela redemocratização do Brasil, o governo militar é obrigado a se re-posicionar e inicia seu afastamento. Nesta hora, também, perde força o movimento estudantil que, ao final da ditadura, já não encontra mais função política.
A sociedade civil explode em manifestações e passa a ter controle de suas ações políticas. É neste movimento que a sociedade volta seu olhar para as categorias marginalizadas, ignoradas.
Foi também por meio destas pressões sociais, que se passou a enxergar as juventudes brasileiras. O jovem deixa de ser apenas o estudante. Os olhares se voltam para os jovens infratores, com necessidades especiais, os que precisam ser aparados, assistidos.
Dessa forma a década de 80 é marcada pelo aparecimento de grande número de Ongs, partidos políticos e outras construções do movimento civil e o Estado assume a tarefa de incluir socialmente o jovem e de descriminalizá-lo.
Esta década também corresponde ao período em que o Estado menos fez pelo social, pelo fato