Politica
O MUNDO CONTEMPORÂNEO
Capítulo 3 - O Estado e as Relações internacionais
A Europa pós-medieval (renascimento) inventou o Estado, sob a forma das monarquias absolutas.
As monarquias absolutas investiram contra os interesses particularistas e as prerrogativas aristocráticas do feudalismo, unificando o poder político.
Este novo poder político emergia baseado em fronteiras geográficas definidas e capitais permanentes. Com as monarquias absolutas aparecia o Estado territorial, pois a soberania associou-se ao território e a cobrança generalizada de impostos.
Com o Estado territorial surgiram as teorias políticas sobre o Estado. Maquiavel (1469-1527) postulou a separação entre a moral e a política, como fundamento da razão de Estado. O Estado deve afirmar a sua soberania contra os interesses particularistas. As ideias de Maquiavel representaram um dos pilares do absolutismo.
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Thomas Hobbes (1588-1679) foi o principal teórico do absolutismo. Segundo ele o Estado surge como manifestação da evolução humana, cujo sinal é a consciência da necessidade de um poder superior, absoluto e despótico, voltado para a defesa da sociedade. Essa consciência origina um contrato, pelo qual os homens abdicam da sua liberdade anárquica em favor do Estado, a fim de evitar o caos.
O Estado assim fundado torna-se o depositário do consenso, que não pode ser mais contestado. O soberano corporifica o Estado. “O Estado sou eu” disse Luís XIV, sintetizando apropriadamente o pensamento de Hobbes.
Maquiavel e Hobbes foram os pensadores do Estado territorial, encarnados nas monarquias absolutas.
O Estado-nação surgiu da decadência do absolutismo e da sua substituição pelo liberalismo. Essa forma contemporânea do Estado gerou a soberania nacional, expressa na eleição dos governantes e na limitação do poder executivo por representantes também eleitos. A soberania deslizou do monarca para a nação. O poder despersonificou-se, identificando-se com o povo. O poder