Politica Nacional de Residuos Solidos
Entrevista Wilson Cancian Lopes “É mais barato jogar no lixão ou no aterro, mas não é mais permitido” Logística reversa das embalagens é responsabilidade da indústria que deve remunerar o serviço de coleta de materiais recicláveis aos municípios O engenheiro mecânico Wilson Cancian Lopes lida com resíduos sólidos há quase 30 anos e acompanha, com muita atenção, a coalizão nacional para atender à Política Nacional de Resíduos Sólidos. As empresas fizeram suas propostas e agora os municípios apresentam as suas, em processo de consulta pública aberta pelo governo federal. Recentemente, o assessor técnico da Companhia Melhoramentos da Capital, concessionária dos serviços de coleta de resíduos e limpeza pública em Florianópolis, visitou as duas novas usinas instaladas em São Paulo, consideradas o que há de mais moderno no Brasil em termos de valorização dos resíduos. O mais importante, destaca Wilson, é de uma vez compartilhar responsabilidades, até porque, com a valorização dos resíduos, será possível gerar novas oportunidades de economia verde. Qual o principal desafio na gestão dos resíduos sólidos na direção de uma economia mais verde?
Hoje, como está posto na lei, a logística reversa das embalagens é o que mais afeta o consumidor. O maior contingente de resíduos são as embalagens. Se a logística reversa for tratada com seriedade, com responsabilidades compartilhadas entre os fabricantes, os municípios e o consumidor, teremos grandes avanços. Mas a indústria tem de assumir que é a dona dessas embalagens e formatar uma logística de retorno delas para algum outro tipo de indústria. Claro que vai incorporar isso aos seus custos. Esse vasilhame pós-consumo terá de ser encaminhado a outro setor industrial que vai trabalhá-lo como matéria-prima para outros elementos. Uma vez que esses materiais serão desviados de aterros vão fazer girar nova economia, formal, com geração de emprego e renda para vários setores como os do vidro,