Politica monetaria
Em junho de 1994, quando iniciou o Plano Real, na gestão Fernando Henrique/Pedro Malan a dívida pública mobiliária interna da União ( composta por títulos da dívida pública federal) era de R$ 62 bilhões . Um estoque relativamente baixo. Hoje, transcorridos nove anos, o estoque da dívida federal está ao redor de R$ 800 bilhões , o que é mais de 60% do nosso PIB. A dívida foi multiplicada 12 vezes no período.
Logo em seguida à implementação da URV/Real houve um significativo incremento da demanda doméstica por bens de consumo o que logo se traduziu em aumento da taxa de juros como forma de frear o consumo e impedir um processo inflacionário. Daí em diante o país sempre praticou uma taxa de juros maior que a externa no sentido de captar a poupança externa . Para o leitor ter uma idéia a taxa básica de juros dos EUA, chamada Prime-Rate, no período 1994/1997 foi de 7% ao ano enquanto no Brasil a nossa SELIC oscilou neste período no patamar de 22 % a . a .
A partir deste fato o governo sempre manteve a taxa de juros em níveis superiores ao dos países desenvolvidos por três razões:
a) controlar a inflação,
b) atrair poupança estrangeira para financiar o déficit do balanço de pagamentos
c) permitir o financiamento da dívida pública via Open-Market (operações com títulos da dívida pública).
O estoque de moeda corrente , e a taxa de juros por consequência, nunca estiveram em sintonia com o volume de produção doméstica no sentido de financiar o investimento privado ou o consumo pessoal. Muito antes pelo contrário, a condução da política monetária esteve sempre mais preocupada em atrair o capital estrangeiro para o