politica macroeconomica dilma
Cresce nervosismo no mercado com ansiedade sobre EUA e manifestações no Brasil. Dólar sobe mais e chega a R$ 2,177, mesmo com intervenção do BC
Brasília – Se já havia pessimismo com relação à economia do Brasil, ele se multiplicou diante da dimensão dos protestos que tomaram as ruas. O mercado reagiu com nervosismo e muita volatilidade ontem, influenciado, sobretudo, pelo agravamento do quadro interno de incertezas, mas, também, pela expectativa do resultado da reunião do comitê de política monetária dos EUA (Fomc, na sigla em inglês), que pode decidir hoje pela redução dos estímulos monetários nos Estados Unidos, valorizando ainda mais a divisa daquele país em todo o mundo.
Apesar da dupla intervenção do Banco Central (BC), que injetou US$ 4,5 bilhões no mercado em dois leilões de swap – equivalente a venda no mercado futuro –, o dólar fechou em alta de 0,23%, cotado a R$ 2,1770. É a maior cotação desde 2009, quando a moeda atingiu R$ 2,18. Na máxima do dia, porém, a divisa bateu nos R$ 2,18. Na segunda-feira, o BC realizou leilões de quase US$ 2 bilhões quando o dólar atingiu R$ 2,17. Mas a autoridade monetária, que desde 31 de maio já vendeu US$ 13 bilhões, não consegue frear a escalada da moeda norte-americana. Nos últimos três pregões, o dólar acumula alta de 2,10% sobre o real.
A situação interna do país impede que o BC consiga estancar a valorização com leilões. “Certamente, o pano de fundo são os Estados Unidos, mas o mercado está sem parâmetros. Se a expectativa sobre a decisão do Fed já gerava volatilidade no mercado quando o Brasil tinha uma economia sólida, isso é potencializado pelas manchetes de jornal, que não são positivas, e pela fragilidade econômica atual”, alertou Zeina Latif, consultora da Gibraltar Consulting.
Na avaliação da economista, as manifestações e protestos que ocorrem por todo o país têm influência no comportamento do mercado. “Não são fatos neutros. Os