Ambiente das empresas
Mudanças operadas na política macroeconômica estão ocorrendo lentamente e ainda fortemente influenciada pelos velhos dogmas monetaristas
19/12/2012
Editorial da edição impressa 512 do Brasil de Fato
Recentemente o IBGE divulgou que a taxa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro no terceiro trimestre de 2012 foi de 0,6%. Ao que tudo indica o crescimento da economia brasileira será em torno de 1%. Os mais otimistas falam de 1,3%. É importante lembrar que desde o último ano de governo do presidente Lula em 2010, quando a economia brasileira cresceu 7,5%, nosso PIB vem tendo taxas de crescimento medíocres. Em 2011, primeiro ano do governo Dilma, o PIB brasileiro cresceu 2,7%. A expectativa para 2012 era uma recuperação vigorosa da economia brasileira. No entanto, não é isto que estamos constatando.
Informa a imprensa que esse pífio crescimento surpreendeu o governo e o “mercado”. Na verdade não deveria surpreender. Quem não se lembra das chamadas medidas macroprudenciais adotadas em dezembro de 2010 sob o argumento de evitar o superaquecimento da economia e a inflação? Tratava-se de um conjunto de medidas conservadoras como o aumento da taxa de juros e a contenção do crédito para o consumo. Com tais medidas, o governo Lula sinalizava para as finanças globais que o próximo governo manteria o chamado “tripé macroeconômico” que vigora desde 1999: câmbio flutuante, sistema de metas de inflação e superávit primário.
Somente no segundo semestre de 2011 o governo Dilma percebeu que era necessário fazer uma inflexão mais profunda na política macroeconômica para que a economia nacional consiga obter boas taxas de crescimento. A partir de então, iniciou-se uma gradual queda da taxa de juros. Além disso, o governo iniciou um processo de intervenção para ter maior controle sobre a taxa de câmbio que nos últimos anos tem prejudicado a indústria nacional. Some-se a estas