POLINEURITE CANINA A polineurite canina, também chamada de paralisia do Coonhound, afeta cães mordidos ou arranhados por Guaxinins. Esta doença se apresenta como uma paralisia flácida simétrica, com leve disfunção sensorial. O membro mordido costuma ser afetado primeiro, mas a doença é progressiva e prova entre 10 e 12 dias após a mordedura. Nos casos graves, o cão pode desenvolver quadriplegia flácida e perder a habilidade de engolir, latir ou respirar. A doença é, porém, auto limitante e, se a respiração não tiver sida afetada, o prognóstico é bom. Os cães costumam se recuperar completamente. Os nervos acometidos apresentam desmielinização, degeneração axonal e infiltrados magrofágicos. Uma polineurite aguda similar à paralisia do Coonchound foi também descrita após a vacinação de cães contra a raiva ou outras doenças. A paralisia do Coonhound e a polineurite pós-vacinal são semelhantes à síndrome de Guillain-Barré, que acomete seres humanos. Esta síndrome pode estar associada a infecções na trata respiratória superior, doenças gastrointestinais ou mesmo vacinações. A síndrome de Guillain-Barré é mediada por auto-anticorpos contra glicolipídios dos nervos periféricos. O tratamento desta doença inclui a plasmaférese e a administração de imunoglobulinas intravenosas. Os esteroides são ineficazes. Os veterinários tradicionalmente administram corticosteroides aos cães acometidos pela polineurite, mas a eficácia destas drogas é incerta. A utilização do tecido do nervo ciático na imunização de cães leva ao desenvolvimento de neurite alérgica experimental. Após um período de latência de 6 a 14 dias, os animais passam a apresentar polineurite ascendente e paralisia gradual. A doença é devida à desmielinização dos nervos periféricos, resultante de um ataque auto-imune.
( TIZARD, 2008 )
Tizard,I.R.; Imunologia Veterinária; Rio de Janeiro: Elsevier, 2008.
Capítulo: 32; Pagina: 430 e 431.