Policarpio quaresma
[...] É uma alta sociedade muito especial e que só é alta nos subúrbios. Compõe-se em geral de funcionários públicos, de pequenos negociantes, de médicos com alguma clínica, de tenentes de diferentes milícias, nata essa que impa pelas ruas esburacadas daquelas distantes regiões, assim como nas festas e nos bailes, com mais força que a burguesia de Petrópolis e Botafogo. [...]
Lima Barreto critica a sociedade brasileira, ironicamente mostra como o autor representa os personagens exemplos sociais da época, os políticos e militares, os funcionários públicos. Faz uma análise do papel da mulher na sociedade daquela época e denuncia as péssimas condições de vida das pessoas de classe média. Claramente vemos que os recursos utilizados por Lima Barreto, mostram que seu incondicional amor à pátria, não resolveria os problemas do Brasil.
A classe social é representada também pelo ambiente em que se passa a obra. Com exceção dos meses passados no Sossego, a obra se desenvolve nos subúrbios do Rio de Janeiro. Retrata muito bem a economia, a sociedade e intensifica o grande uso do folclore brasileiro. A vigilância, o comentário dos vizinhos, os tipos populares, o sucesso das ruas da periferia, as fofocas, etc. O ambiente burocrático é descrito com vivacidade, mostrando assim que Lima barreto o conhecia muito bem.
Situações do cotidiano
Umas das situações que são muito bem apresentadas na obra de Lima Barreto, é o preconceito vivido na época, uma época em que se era crtitcado por tudo o que fazia, dissesse ou até mesmo pensasse. Alguns trechos da obra demonstram como o autor abordava o assunto:
[...] Se não tinha amigos na redondeza, não tinha inimigos, e a única desafeição que merecera fora a do Doutor Segadas, um clínico afamado no lugar, que não podia admitir que Quaresma tivesse livros: “Se não era formado, para quê? Pedantismo!”[...]
[...] É preconceito supor-se que todo o homem que toca violão é um desclassificado. A modinha é a mais genuína