POL TICA DE COMUNICA ES NO BRASIL
NOVOS E VELHOS ATORES
No cenário da globalização contemporânea, a consequência mais evidente da convergência tecnológica no setor de comunicações, é a enorme e sem precedentes concentração da propriedade, provocando a consolidação e a emergência de um reduzido número de megaempresas mundiais. Ademais, a onda internacional liberalizante de privatizações e desregulamentação, acelerada depois da aprovação do Telecommunications Act americano, em fevereiro de 1996, vem provocando uma avalanche de aquisições, fusões e joint ventures envolvendo Estados nacionais, bancos, grandes empreiteiras e empresas transnacionais privadas, estatais e mistas.
Provocada pela revolução digital, a chamada convergência tecnológica está dissolvendo as fronteiras entre as telecomunicações, os mas media e a informática, isto é, entre o telefone, a televisão e o computador ou entre a televisão, a Internet e o computador. Textos, sons e imagens transformam-se em bits e as diferentes tecnologias que eram necessárias para as várias transmissões analógicas telégrafo para texto, telefonia para voz, radiodifusão para sons e imagens etc. estão sendo substituídas por redes integradas de usos múltiplos - via cabo ótico, satélites ou radio-digitais. Utilizo o plural comunicações como a forma mais adequada para identificar a nova configuração do setor que emerge da convergência tecnológica digital.
Esse inédito processo de oligopolização e emergência de novos e poderosos global players no cenário econômico e político mundial tem sido justificado pelos executivos do setor, como correspondendo ao processo biológico de sinergia. Argumentam eles que, considerando o nível elevado dos investimentos necessários, a integração horizontal, vertical e cruzada da indústria de comunicações, isto é, a ação coordenada de várias empresas, no mesmo grupo, torna-se inevitável e é mais eficiente do que a de empresas isoladas. Duas consequências emergem paralelamente a esse novo padrão