Point of View
A evolução do crédito na economia brasileira
2008-2013
Introdução
O crédito possui importante papel na economia, uma vez que é essencial ao financiamento do consumo das famílias e do investimento dos setores produtivos. Uma das razões que explicam o crescimento da economia brasileira no período recente é, exatamente, a ampliação do mercado de crédito.
Em dezembro de 2002, a relação crédito/PIB era de 23,8%, passando a 55,8% em fevereiro de 2014.
Várias modalidades de crédito foram criadas, aperfeiçoadas e ampliadas ao longo desse período, como o crédito consignado em folha de pagamento, os cartões de crédito, o crédito para aquisição da casa própria e o crédito rural, entre outros. No entanto, a atuação das instituições financeiras brasileiras no processo recente de ampliação do crédito não ocorreu de forma homogênea. Os bancos públicos tiveram um papel de destaque após o início da crise econômica internacional, e, também a partir de abril de 2012, quando foram acionados pelo governo federal para reduzir o spread bancário.
Esta Nota Técnica analisará a trajetória recente de crescimento do crédito no país, nas diferentes modalidades, com o intuito de subsidiar futuras reflexões sobre o potencial desse processo para impulsionar um novo patamar de desenvolvimento econômico no Brasil. Para tanto, serão utilizadas as informações apuradas pelo Banco Central para o período de janeiro de 2008 a dezembro de 2013.
O crédito às pessoas físicas e jurídicas
Em dezembro de 2013, o saldo total das operações de crédito da economia brasileira foi de R$
2,715 trilhões, sendo R$ 1,464 trilhão destinado às pessoas jurídicas (PJ) e R$ 1,251 trilhão às pessoas físicas (PF). Em relação a janeiro de 2008, o saldo dessas operações apresentou crescimento real acumulado bastante semelhante, de 105,5% para PJ e 104,4% para PF, resultando numa variação real acumulada de
105% para o crédito total da economia1. Com isso,