poesias infântis
À tarde, o cavalinho branco está muito cansado:
mas há um pedacinho do campo onde é sempre feriado.
O cavalo sacode a crina loura e comprida
E nas verdes ervas atira sua branca vida.
Seu relincho estremece as raízes e ele ensina aos ventos
A alegria de sentir livres seus movimentos.
Trabalhou todo o dia, tanto! desde a madrugada!
Descansa entre as flores, cavalinho branco, de crina dourada!
Colar de Carolina (Cecília Meireles)
Com seu colar de coral,
Carolina
corre por entre as colunas da colina. O colar de Carolina colore o colo de cal, torna corada a menina.
E o sol, vendo aquela cor do colar de Carolina, põe coroas de coral
nas colunas da colina.
Leilão de Jardim (Cecília Meireles)
Quem me compra um jardim com flores?
Borboletas de muitas cores,
Lavadeiras e passarinhos,
Ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
Uma estátua da Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é meu leilão!)
A Pombinha da Mata (Cecília Meireles)
Três meninos na mata ouviram uma pombinha gemer.
"Eu acho que ela está com fome", disse o primeiro,
"e não tem nada para comer."
Três meninos na mata ouviram uma pombinha carpir.
"Eu acho que ela ficou presa", disse o segundo,
"e não sabe como fugir."
Três meninos na mata ouviram uma pombinha gemer.
"Eu acho que ela está com saudade", disse o terceiro,
"e com certeza vai morrer."
O Mosquito Escreve (Cecília Meireles)
O mosquito pernilongo trança as pernas, faz um M, depois, treme, treme, treme, faz um O bastante oblongo, faz um S.
O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê, faz um Q, faz um U, e faz um I.
Este mosquito