Poesia
Houve um tempo em que eu pensava que amava alguém desesperadamente e que também era correspondido, não na mesma proporção do meu amor, pois sempre soube que meu amor era muito maior, mas ainda sim pensava que a pessoa me amava. Como eu pude estar cego durante tantos anos? Como eu pude permitir que essa pessoa me enganasse por tanto tempo? Tenho me questionado sobre isso durante algum tempo.
Vivi durante muitos anos na ilusão de que a pessoa amada também me amasse, me respeitasse, tivesse carinho e consideração por mim. Ledo engano, enquanto eu dei tudo à ela: amor, carinho, atenção, compreensão e respeito, só recebi em troca falta de respeito, falta de carinho, falta de consideração, falta de amor, falta de tudo. Não que eu esperasse algum retorno daquilo que fiz, pois jamais fiz as coisas esperando algo em troca, mas esperava, pelo menos, respeito. Algo que não houve. Custo a acreditar que isso esteja acontecendo, pois eu estava muito cego por esse amor absurdo, que me consumia em chamas. Amei demais e nunca fui amado. Hoje me dou conta disso, embora, no fundo da minha alma, sempre soubesse disso. Todos tentavam me alertar para o fato, mas eu não queria ver. O fato é, bem no fundo da minha alma, eu não queria enxergar o que todos viam, pois assim não iria sofrer essa grande desilusão. Mas, chega um dia que temos que encarar essa verdade de frente, sem máscaras e sem ilusões, pois por pior que ela seja, ainda sim é melhor sofrer um pouco agora do sofrer uma vida inteira por algo que nunca existiu. Na realidade, eu sofria por algo que nunca tive, embora achasse que tivesse. A vida é estranha, pois vivemos e acreditamos em algo efémero, irreal e transitório, pois o amor verdadeiro permanece pela eternidade. Todavia, quando não há amor, não há nada que perdure, há apenas uma grande ilusão. Achamos sempre que o dia de amanhã fará as coisas melhorar, porém, ela não faz, mas mesmo assim continuamos crendo, ingenuamente, que tudo