Poemas românticos
Ainda uma vez, adeus
As dezoito estrofes do poema de Gonçalves Dias (Ainda uma vez, adeus) são constituídas de 8 versos cada, sendo esses versos de maioria heptassílabos, de teor claramente romântico e apresentando o tipo narrativo, cujo gênero poético traz como tema um amor infeliz por não ter sido concretizado por opção inicial do poeta e, posteriormente, por opção da amada. Um amor desencontrado, não realizado e desconexo apesar de toda contradição em se tratando de “amor”.
Nota-se por meio do poema em análise que o amor é visto como um sentimento não concretizado, ainda que cultivado e tão sofrido que apesar das desilusões amorosas, o eu - lírico não cansou de lutar, alegando que por mais que tenha sido um erro, um engano, o sacrifício foi cumprido, uma vez que o amor já se fazia tão grande, que a própria vida daria conta de toda essa imensidão.
Ao longo da obra, percebe-se que o eu - lírico relembra os motivos que, quando era mais jovem, fizeram com que ele recusasse a fuga e sofresse a conseqüência da insistência por um amor incerto, como diz nos primeiros versos que “não cessei de querer-te, pesar de quanto sofri” tendo só como resposta a dor do silêncio.
Canto IV e VIII
Gonçalves Dias foi o primeiro a conceder um maior destaque ao índio e ao lhe dar um status heróico. O poeta demonstra claramente sua atração pelos nativos.
Nessa obra, a narração é conduzida pelo índio; sua fala traduz os valores de sua etnia, e assim ele define os elementos decisivos da maneira de ser destas nações. Estes traços irão simbolizar o indígena em toda a obra de Gonçalves Dias, incluindo sua nobreza de ser livre, liberdade esta anulada somente com a chegada da morte.
O nativo retratado neste poema é fácil de ser iludido, mas isto não significa que ele se submete sem resistência à escravidão. Ele se deixa enganar, mas não escravizar, pois resiste e sua resposta à tentativa de escravização é a luta, ainda que custe a destruição e a morte. A