Poemas, poesias, contos e cronicas
amar e ser Amado
Amar e ser amado! Com que anelo
Com quanto ardor este adorado sonho
Acalentei em meu delírio ardente
Por essas doces noites de desvelo!
Ser amado por ti, o teu alento
A bafejar-me a abrasadora frente!
Em teus olhos mirar meu pensamento,
Sentir em mim tu’alma, ter só vida
P’ra tão puro e celeste sentimento
Ver nossas vidas quais dois mansos rios,
Juntos, juntos perderem-se no oceano,
Beijar teus labios em delírio insano
Nossas almas unidas, nosso alento,
Confundido também, amante, amado
Como um anjo feliz... que pensamento!?
Castro Alves
Noite de amor
Castro Alves
Passava a lua pelo azul do espaço De teu regaço A namorar o alvor! Como era tema no seu brando lume... Tive ciúme De ver tanto amor. Como de um cisne alvinitentes plumas Iam as brumas A vagar nos céus, Gemia a brisa — perfumando a rosa — Terna, queixosa Nos cabelos teus. Que noite santa! Sempre o lábio mudo A dizer tudo A suspirar paixão De espaço a espaço — um fervoroso beijo E após o beijo E tu dizias — "Não!... " Eu fui a brisa, tu me foste a rosa, Fui mariposa — Tu me foste a luz! Brisa — beijei-te; mariposa — ardi-me, E hoje me oprime Do martírio a cruz E agora quando na montanha o vento Geme lamento De infinito amor, Buscando debalde te escutar as juras Não mais venturas... Só me resta a dor. Seria um sonho aquela noite errante?... Diz, minha amante!... Foi real... bem sei... Ai! não me negues... Diz-me a lua, o vento Diz-me o tormento... Que por ti penei!
• Poesia e Amor
A tarde que expira,
A flor que suspira,
O canto da lira,
Da lua o clarão;
Dos mares na raia
A luz que desmaia,
E as ondas na praia
Lambendo-lhe o chão;
Da noite a harmonia
Melhor que a do dia,
E a viva ardentia
Das águas do mar;
A virgem incauta,
As vozes da flauta,
E o canto do nauta
Chorando o seu lar;
Os trêmulos lumes,
Da fonte os queixumes,
E os meigos