Poder e norbert bobbio
“O ESTADO E O PODER” – NOBERTO BOBBIO
São Paulo – 2003
O Estado e o Poder
A teoria do poder consiste em um todo que engloba a teoria política e a do Estado. Tendo em vista que a última está contida na segunda, tem-se como definição que Estado (ou “sistema político”) é detentor do poder, enquanto política é “a forma, a distribuição e exercício” do mesmo. Sendo assim, percebe-se uma clara distinção entre Estado e política, além de uma similaridade entre ambos: a presença do poder, que pode ser analisado através de três teorias fundamentais. A primeira, a substancialista, interpretada por Hobbes, consiste na visão do poder como um meio para se conseguir efeitos desejados. Já a próxima, descrita por Locke, é a subjetivista onde o poder é visto como uma capacidade de obtenção desses efeitos. Porém a teoria mais aceita na contemporaneidade, é a relacional que diz que o poder é uma relação que implica na indução comportamental de um individuo por outro, o que gera uma ausência de liberdade. Nessas relações, é necessária a diferenciação entre poder político dos outras formas. Para isso, foram criadas teorias que descrevem as diversas maneiras de exercer o poder. As definições de poder de Aristóteles, baseadas nos interesses, e as de Locke, na legitimidade, são ineficientes; uma vez que levam em consideração um poder político ‘ideal’ e não ‘real’. A melhor teoria do poder político é aquela que o trata como sendo fruto da soberania e exclusividade do uso da força sobre um território. Fato que é condição suficiente para a execução desse tipo de poder. tal teoria nasce na medievalidade com os juristas medievais. Esse tema do Estado (resumido como poder político) como soberano e monopolizador da força ( meio de coação) foi abordado, também, por Jean Bodin, Hobbes e Weber. Com isso, tendo definido poder político, pode-se observa-lo em conjunto com o