Pobreza e exclusão social
3.1.1.- Diferenciação / Aproximação conceptual
Pobreza e exclusão social são conceitos utilizados em simultâneo, quer por aproximação conceptual quer por reforço de diferenciação.
Até1980 ambos os conceitos foram usados de modo semelhante, mediante duas perspectivas: Tradição Anglo-saxónica e Tradição Francesa.
A tradição Anglo-Saxónica incide sobretudo sobre aspectos distributivos, enquanto a Tradição Francesa centra-se na questão de exclusão social. Entretanto, as questões de pobreza e exclusão social deixaram de ser discutidas como sendo Francesas ou Britânicas e passaram ser questões Europeias, segundo expresso em documento oficial da União Europeia datado de 1980.
Em termos comparativos, a pobreza apresenta uma abordagem descendente e a exclusão social uma abordagem ascendente, em que o primeiro preocupa-se com a distribuição de recursos, oportunidades e motivações, onde os mais favorecidos estariam no topo, enquanto os que tem menos estariam na base do modelo.
Será importante referir-se que a pobreza é uma forma de exclusão social, como é o exemplo de problemas relacionados com preconceitos em relação a minorias.
De um modo geral, os conceitos inter-relacionam-se não fazendo sentido a aplicação de diferenciações, mas convém ter em conta que ambos não são universais nem lineares em termos conceptuais.
3.1.2.- Pobreza
Mediante os vários conceitos e perspectivas existentes relativamente à pobreza, alguns investigadores a definem como “a situação de privação por falta de recursos” (Bruno da Costa, 2007:28), não só a nível pessoal, como também, profissional e cultural.
No entanto, a pobreza não se relaciona unicamente com a vertente material, existe também o factor existencial, uma vez que, o sentido de privação como a não satisfação de necessidades existe por várias razões, uma delas a pobreza.
Segundo alguns investigadores Portugueses, a pobreza considera quatro domínios, nomeadamente; * Condições de Habitação