pneu
Cláudio Amaro Gomes
Introdução
Pneumotórax significa a presença ou acúmulo de ar na cavidade pleural, como conseqüência da solução de continuidade da integridade das pleuras. O espaço pleural, primariamente virtual, que se situa entre o pulmão e a parede torácica, mais precisamente entre os folhetos pleurais, visceral e parietal, se torna real devido à interposição gasosa. Esporadicamente pode haver a formação de gases no interior da cavidade pleural proveniente de fermentação pútrida, ocorrendo no curso de um empiema que, normalmente, é de pequena proporção.
O pneumotórax é classificado em espontâneo (primário ou secundário) e não espontâneo (traumático). O pneumotórax espontâneo primário ocorre em pacientes sem doença pulmonar subjacente ou evidente, enquanto que o secundário surge como complicação de doença pulmonar previamente conhecida. Tanto no primeiro caso como no segundo caso, não deve existir nenhum fator ou agente causal que esteja diretamente relacionado ao aparecimento do pneumotórax.
A incidência de pneumotórax espontâneo primário é de cerca de 6 a 10 casos por 100 mil habitantes por ano. A doença incide predominantemente em homens, mais altos e mais magros, com idade entre 20 e 40 anos. Quase sempre é unilateral, um pouco mais freqüente a direita. Em aproximadamente 2% é bilateral, simultâneo e alternado em 4 a 10% dos pacientes. Há estudos que mostram uma tendência familiar de caráter autossômico dominante. É mais comum nos fumantes devido à inflamação das vias aéreas, sendo proporcional ao número de cigarros por dia. A incidência do pneumotórax espontâneo secundário é semelhante à do primário, sendo mais freqüente em pacientes acima dos 60 anos de idade.
O pneumotórax traumático surge como conseqüência de um trauma de tórax aberto ou fechado, bem como conseqüência de procedimentos intervencionistas com finalidade terapêutica ou diagnóstica, sendo estes casos, frequentemente, rotulados como pneumotórax