Plágio
Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado
MARCELO KROKOSCZ
INTRODUÇÃO
Apresentar como próprio trabalho ou obra intelectual de outra pessoa configura plágio (Plágio, 2009). Manso (1987) demonstra que essa prática remonta à antiguidade romana e, notadamente, mantém-se com vitalidade até os dias atuais e de forma generalizada. Nos Estados Unidos, por exemplo, verifica-se ampla bibliografia e publicações sobre o assunto, sobretudo nos últimos sessenta anos (Hart; Friesner, 2004 apud McCord, 2008). Não obstante o comprometimento dos pesquisadores com o assunto, estudos indicam que 36% dos estudantes norte-americanos admitem fazer plágio (Plagiarism, 2009) e no Brasil 82,7% dos professores alegam já se ter deparado com trabalhos acadêmicos que não foram feitos pelos alunos (Garcia, 2006). No Brasil, a pesquisa acadêmica e o debate sobre o plágio ainda são incipientes, embora haja contribuições quanto ao assunto como: uma dissimulação dolosa na autoria de textos (Christofe, 1996); prática resultante de um desnorteamento ético (Vaz, 2006); hábito cristalizado de reprodução de textos e incapacidade de sumarização (Oliveira, 2007); motivo para o desenvolvimento de metodologias de detecção em cursos de educação a distância (Martins; Santana, 2003; Oliveira, M.; Oliveira, E., 2008); tema sobre o qual há pouco ou distorcido conhecimento (Barbastefano; Souza, 2007; Fachini; Domingues, 2008).
Revista Brasileira de Educação
v. 16 n. 48 set.-dez. 2011
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Marcelo Krokoscz
Portanto, o plágio continua assunto relevante sobre o qual a reflexão em nosso país é exploratória. Além disso, concorda-se que se trata de uma problemática que tende a expandir-se, sobretudo em razão do advento da internet, pois a facilidade de acesso e manipulação da informação e a noção de que no campo virtual as regras e os princípios são diferentes, vêm intensificando a reprodução