Platão
Platão nasceu em Atenas em 487 a.C. e morreu em 348 a.C. filho de Ariston e Perictione, Platão pertencia a uma família tradicional de Atenas da qual pertenciam figuras eminentes do mundo político. Talvez por isso, a política tenha sido um de seus interesses mais sedimentados. Era um crítico da democracia ateniense, críticas estas que pressupunham um conhecimento direto das manobras políticas e de suas reais motivações.
Segundo Aristóteles, na juventude, Platão teria conhecido Crátilo que, adotando as ideias de Heráclito de Éfeso sobre a mudança permanente das coisas, afirmava que era a impossível a existência de qualquer conhecimento estável visto que a realidade e o mundo estão em constante mudança, qualquer dado ou análise seria fugaz visto que já deixara de parecer como no momento anterior. Buscando fundamento seguro para o conhecimento, Platão desenvolverá, na fase inicial de sua filosofia, teses que tendem a sustentar a realidade no intemporal e estático, propondo a síntese do pensamento de Heráclito: “vir a ser e movimento” e de Parmênides: “ser e permanência”.
Mas o grande acontecimento da juventude de Platão foi indubitavelmente o encontro com Sócrates. Na época da Oligarquia dos trinta, tais governantes tentaram fazer Sócrates cúmplice na execução de Leon de Salamina, cujos bens queriam confiscar. Sócrates se recusou e assim deixou de ser bem visto pelos governantes tiranos. Mais tarde, Sócrates foi acusado de corromper a juventude ateniense, difundindo ideias contrárias à religião tradicional e sendo assim condenado à morte por ingestão de cicuta.
Em Fédon, Platão descreve Sócrates como “o mais sábio e o mais justo dos homens”, a decepção pela morte do mentor o faz buscar então os fundamentos teóricos da ação política – e de toda ação – para orientá-lo retamente.
Disperso o núcleo que se formara ao redor de Sócrates, Platão viaja pelo mundo, e na Sicília conhece Dion, que segundo a lenda, o livra de ser vendido como escravo