A Páscoa Judaica
O termo Páscoa, ou Peça em aramaico deriva de um radical que significa passar por cima ou passar ao largo fazendo clara referência aos eventos que se sucederam quando da sua primeira celebração, por ocasião da décima praga liberada sobre o Egito no êxodo. Para os judeus, esta também podia ser chamada festa da libertação.
Neste evento, os hebreus foram instruídos a sacrificar um cordeiro ou um cabrito macho, de um ano, sem defeito, e ungir, com o seu sangue, os umbrais e as vergas das portas de suas casas como sinal para livrar os seus primogênitos da matança haveria de sobrevir sobre os primogênitos de toda terra do Egito.
O rito deveria ser cumprido com o sacrifício do cordeiro ocorrendo ao crepúsculo e a ceia, durante toda a noite. Todos deveriam participar vestidos prontos para sair, portando seus cajados.
O cordeiro deveria então ser preparado assado ao fogo, nada dele se comeria cru ou cozido em água, nada deveria sobrar pela manha seguinte, se porventura ocorresse, deveria ser queimado ao fogo.
De acordo com o relato bíblico, a páscoa só foi novamente celebrada no segundo ano após o êxodo (Nm 9:5), para depois somente voltar a ser celebrada após a entrada do povo em Canaã (Js 5:10) tendo sido esta interrupção ordenada pelo Senhor. (Êx 12:25)
Estas prerrogativas com certeza já a qualificariam como a mais importante festa do povo hebreu visto que remonta ao ato culminante do processo de sua libertação do cativeiro egípcio que teve a duração de aproximadamente quatro séculos.
Há ainda que se considerar que, por ser realizada no décimo quarto dia do primeiro mês, Nisan, trata-se da primeira festa do ano no calendário judaico.
Figura 1 - Calendário Judaico Lunar
Sendo esta uma festa com convocação (exigia que