Platão

Os Sofistas e Platão:

Os sofistas tinham objetivos práticos e de preparar os jovens para as disputas jurídicas e políticas. Os sofistas preocupavam-se mais com o conteúdo do que com a forma dos seus discursos, ou seja, pretendiam captar a atenção do auditório em vez de lhe transmitir um saber e por isso visava a manipulação.
Mas Platão opõe-se à retórica assim concebida e, por isso, denuncia o seu caráter manipulador em dois momentos:
1. Mostra que o orador só é persuasivo se o auditório não conhecer o assunto que fala, e se conhecerem, o orador não é mais persuasivo do que um profissional;
2. Mostra que a definição de retórica de Górgias não é correta, apresentando, a partir da imagem de Sócrates, a sua própria definição de retórica.
Para Platão há 2 usos da linguagem:
• O uso retórico – que está ligado ao exercício do poder politico, que tomava o logos como sinónimo de palavra/discurso;
• O uso filosófico – que orienta o logos para a procura do bem e para a realização do homem.
Para Platão, a retórica não é uma arte, mas uma forma de atividade empírica que tem por fim produzir no auditório um sentimento de agrado e de prazer. Platão chama a essa atividade empírica adulação. Uma vez que não está comprometida com a verdade objetiva, o poder persuasivo da retórica pode facilmente transformar-se em manipulação.
Na filosofia, a retórica tinha objetivos de investigação e era vista como um meio de procurar a verdade e o aperfeiçoamento dos seres humanos. Foi a filosofia que desenvolveu a dialética (que para Platão é o único caminho que leva ao verdadeiro conhecimento). A filosofia visava o esclarecimento e a compreensão.

Teoria das Ideias e das Formas:

Platão distingue 2 realidades:
• A realidade sensível que se refere às coisas particulares que se pode tocar, ver e apreender pelos sentidos. Nesta realidade o conhecimento é aparente, ou seja, é através dos sentidos.
• A realidade em si reporta-se às formas ou ideias que apenas podem ser captadas