Platão
Platão surge no contexto histórico da Grécia do sec. V a.. C. , um contexto da ascensão da democracia, onde se faz importante a arte da retórica e do discurso argumentativo, no qual o conhecimento é relativo à experiência humana concreta do real, resultado de opiniões.
Sócrates opõe-se aos sofistas ao defender a necessidade do conhecimento de uma verdade única, à qual pode-se chegar pelo método maiêutico.
Platão sabia que o mundo físico está, como diz Heráclito, em perpétuo devir. Este fluir universal deveria fazer impossível o conhecimento científico da realidade, pois a ciência aspira definir os objetos e a definição só é possível sobre aspectos invariáveis. Como então, elaborar definições verdadeiras?
Se Heráclito pensava que a verdade é impossível num mundo onde tudo flui, Sócrates afirmava que o conhecimento verdadeiro é possível num plano conceitual. Platão concorda com Sócrates na afirmação de que os conceitos humanos são as representações mentais das ideias extra-mentais.
Platão chama ideias (do grego eidos: forma) as causas metafísicas do mundo físico e não entende por ideias os conceitos ou formas mentais que produz a nossa inteligência, mas os modelos imateriais e subsistentes que dão lugar, por imitação ou participação ao mundo sensível.
Todo o pensamento platônico gira em torno ao ponto fundamental: a afirmação do mundo das ideias, uma realidade supra-sensível que é a causa última de tudo o que existe, também dos quatro elementos e dos átomos. Platão empreende uma ‘segunda navegação’ para além do que pensavam os pré-socráticos.
Por que é preciso ir para além da física? Porque as causas físicas não explicam tudo. A realidade material é um efeito de uma causalidade não material que divide tudo o que existe em dois planos do ser: o fenomênico ou visível, que pode ser capturado pelos sentidos e o inteligível, apreensível com a mente. Todo pensamento ocidental vai ficar marcado por esta distinção que é uma síntese entre o