Platão
Platão fala das diversas modalidades de constituição, que são desenvolvidas em três diálogos: a república, o político e leis. O diálogo de A República é uma descrição da república ideal, que tem por objetivo a realização da justiça entendida com atribuição a cada um da obrigação que lhe cabe, de acordo com as próprias aptidões. Consiste na composição harmônica e ordenada de três categorias de homens – os governantes- filosóficos, os guerreiros e os que se dedicam aos trabalhos produtivos. Platão fala da impossibilidade da aplicação da república ideal: “Compreendo; tu falas do estado que fundamos e discutimos inexistente a não ser nas nossas palavras; não creio que ele exista em lugar nenhum da terra. Mas talvez haja um exemplo de tal estado no céu, para quem queira encontrá-lo, ajustando-se a ele no governo de si próprio.” Todos os estados que realmente existem, os estados reais, são corrompidos – embora de modo desigual. Enquanto o estado perfeito é um só (uma constituição perfeita), os estados imperfeitos dão muitos. A idéia predominante de Aristóteles a Políbio, é a de que a história é uma sucessão contínua de formas boas e más, como no esquema seguinte: + - + - + - . Para Platão, ao contrário, só sucedem formas más – cada uma pior do que a precedente. A constituição boa não entra nessa sucessão, existe por si mesma no princípio ou no fim da série: + ) - - - - ( +. Platão como todos os grandes conservadores via o passado com benevolência e o futuro com espanto, tendo uma concepção pessimista da história – um regresso definido. As constituições corrompidas que Platão examina demoradamente, em ordem decrescente são: timocracia, oligarquia, democracia e tirania. Cada um dos homens que representa um tipo de classe dirigente é retratado de3 modo muito eficaz mediante a descrição da sua paixão dominante: para o timocrático, a ambição e o desejo de honrarias; para o oligárquico, a fome e de riqueza; para o democrático, o desejo imoderado de liberdade; para o