Platao

301 palavras 2 páginas
No Livro II da República de Platão, depois do discurso do Glauco defendendo a natureza e a origem da justiça, e o porquê a vida do homem injusto ser superior à do homem justo, Sócrates passa a ouvir o discurso do Adimanto, irmão do Glauco, que pretende completar o ponto essencial que este teria omitido.

Adimanto procura completar o discurso do seu irmão no que se refere ao poder da aparência para se ter uma vida feliz. Segundo este orador, aqueles que recomendam às pessoas que sejam justas pensam e desejam, no fundo, apenas os benefícios e a reputação que a aparência de justiça causa àqueles que a tem. Mesmo entre os religiosos gregos pode se encontrar os que defendem os benefícios oferecidos pelos deuses àqueles que aparentam justeza. Há também os defensores, entre os povos e os poetas, de que a justiça é boa mesmo sendo difícil, enquanto a injustiça é vergonhosa apesar de fácil domínio e de ser agradável. Dizem eles que a aparência violenta a verdade, mas que é senhora da felicidade.

Convém, portanto, aos homens injustos se unirem e levarem a cabo uma vida com a máxima aparência de justiça, mesmo que para isto tenham de subornar os deuses, já que, segundo a religião grega, torna-se sempre possível um deus “ser dobrado” mediante oferendas, preces e sacrifícios em geral – mesmo que no fundo os justos sejam melhores do que os injustos e os deuses os prefiram a estes. Cabe ao homem ser injusto e parecer justo, para que colha os frutos da injustiça e da justiça ao mesmo tempo.

Adimanto ressalva que este discurso é apenas para que Sócrates se esforce em produzir um elogio à justiça considerada em si mesma, na alma de quem a possui e sem considerar as recompensas externas advindas por

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