Planta Baixa
É principalmente através da autoconstrução que a maioria da população trabalhadora resolve seu problema de moradia, principalmetne nas grandes cidades brasileiras e de modo geral da América Latina . A construção da casa se prolonga por muitos anos, absorvendo a maior parte do "tempo livre" da família.
A construção é realizada nos fins-de-semana e em parte das férias. O ritmo da construção depende do ‘tempo livre’, do dinheiro disponível para a compra do material de construção e da contratação eventual de um trabalhador especializada para determinadas etapas da construção. O material de construção é muitas vezes comprado em depósitos do próprio bairro que o "financiam". Os juros das parcelas mensais acabam embutidos no preço do material. Para esses pagamentos lançam mão de parte das férias retirada em dinheiro, do 13% salário e retiram o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS).
É comum se construir inicialmente, no fundo do lote, uma edícula, ou mesmo um barraco de madeira, que serve de habitação enquanto se constrói em alvenaria no meio ou na frente do lote. Esta é também uma maneira de economizar o aluguel e utilizar o dinheiro para comprar material de construção. Ao mesmo tempo, morando no próprio local, aproveita-se o menor "tempo livre" para a construção.
Assim, num longo e penoso processo, constrói-se a casa e a cidade na "periferia", termo com freqüência utilizado para os setores mais precariamente atendidos por serviços públicos e não, necessariamente, pela distância em relação ao centro da cidade. Não se considera periferia os loteamentos de "alto padrão", bem dotados de serviços públicos, mesmo os localizados em áreas distantes do "centro".
A autoconstrução é executada nos períodos que deveriam ser destinados ao descanso do trabalhador, para repor as energias, mas, na verdade, "descansa-se trabalhando, carregando pedras". Este é o lema do autoconstrutor por vários