Plano Real
A segunda fase transcorreu de fevereiro a junho de 1994 e foi marcada pela progressiva cotação dos preços em URV, uma unidade real de valor, ou seja, uma referência estável de valor. O cruzeiro novo não saiu de cena de imediato. A cada dia, o BC fixava uma taxa de conversão da URV em cruzeiros, baseada na média de três índices diários de inflação.
A URV era uma quase moeda, porque servia de unidade de conta, de reserva de valor, mas não de meio de pagamento. Ou seja, os bens e serviços continuavam a ser pagos em cruzeiros novos, mas passaram a ter referência numa unidade de valor estável, mais ou menos como se fosse um substituto do dólar. Assim, a URV permitiu o alinhamento dos preços sem necessidade e as inconveniências do congelamento. A terceira fase começa com a emissão da nova moeda, o Real, em lugar dos cruzeiros novos. A URV foi a parteira do Real.
Quais as razões do seu sucesso?
Eu apontaria quatro razões. A primeira é que a sociedade brasileira havia chegado a um ponto máximo de saturação com a inflação, a tal ponto que mesmo os setores e grupos que se beneficiavam dela estavam dispostos a virar aquela página da história.
A segunda é o aprendizado com a experiência fracassada dos planos anteriores (alguns dos "pais do Real" haviam participado do Cruzado 1). A terceira é que a economia brasileira já era mais aberta às importações do que nas vezes anteriores (e a possibilidade de importação